O preconceito silencioso em entrevistas em inglês

 


Será que a proficiência em inglês é avaliada de forma justa nas empresas brasileiras?

Quando falamos sobre o uso do inglês no ambiente corporativo, uma questão muitas vezes ignorada é a forma como ele é avaliado.

Muitas empresas ainda adotam padrões subjetivos para julgar a competência linguística de seus colaboradores e candidatos, o que pode levar a um viés perigoso: o preconceito linguístico.

Isso acontece quando fatores como sotaque, pausas ao falar ou um estilo de comunicação diferente do “esperado” são considerados mais importantes.


Por que isso é um problema?

Sotaque não define competência: Um profissional pode ter um sotaque forte, mas isso não significa que ele não possa se comunicar de maneira eficiente e impactante.

Confiança não se desenvolve da noite para o dia: Muitos brasileiros possuem um excelente nível de inglês, mas ainda hesitam ao falar por medo de serem julgados. Esse receio muitas vezes é gerado por experiências negativas de entrevistas ou avaliações baseadas em critérios superficiais.

Critérios subjetivos limitam a diversidade linguística: Manter padrões que se aproximam da fala de nativos exclui automaticamente aqueles que, apesar de se expressarem bem na língua, nao se encaixam nesses padrões.


Como podemos mudar esse cenário?

Empresas e recrutadores: Reavaliem seus critérios para mensurar a competência em inglês. Foquem em como a pessoa se comunica em contextos reais de trabalho, em vez de critérios superficiais como sotaque ou pausas.

Profissionais: Não deixem que um feedback sobre a forma como vocês falam desvalorize o conteúdo que estão apresentando. Se a mensagem é clara e o objetivo é atingido, o que importa é a efetividade da comunicação.

Líderes e gestores: Valorizem a diversidade linguística. Uma equipe multicultural traz diferentes visões e formas de se expressar que podem enriquecer o ambiente corporativo. Abrir espaço para diferentes estilos de comunicação é uma maneira de mostrar que a empresa realmente está preparada para um mercado global.

Ao refletirmos sobre como avaliamos o inglês, precisamos nos perguntar: Estamos em busca de nativos ou de comunicadores eficazes? A resposta a essa pergunta pode determinar o quão preparados estamos para construir ambientes realmente inclusivos e diversos.

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