Inglês e Recrutamento: a falta de transparência

 


Essa semana, decidi analisar como as empresas estão solicitando o nível de inglês em seus anúncios de vagas de emprego no LinkedIn e me deparei com várias incoerências.

A forma como os recrutadores comunicam os requisitos pode gerar dúvidas e até mesmo excluir candidatos que poderiam ser perfeitamente qualificados. Aqui estão alguns pontos que identifiquei e que merecem ser discutidos:

1) "Inglês será um diferencial": Esse é um dos termos mais comuns, mas também um dos mais vagos. Um “diferencial” não deixa claro qual é o real peso do inglês na posição. Afinal, se a vaga não demanda o uso do inglês, por que mencionar? E se o uso do inglês é essencial para a posição, não deveria ser considerado um requisito básico, e não apenas um "plus"? E, outra, qual nível de proficiência será um diferencial? Inglês básico será um diferencial também?

Empresas que não especificam a real importância do inglês correm o risco de afastar profissionais qualificados que podem não se candidatar por se sentirem inseguros em relação ao próprio nível.

2) Processos seletivos que não mencionam etapas em inglês: Muitos candidatos se deparam com entrevistas e testes de inglês de surpresa durante o processo seletivo, algo que pode gerar ansiedade, nervosismo e prejudicar a performance. A falta de transparência não só cria um ambiente de incerteza, como impede que os candidatos tenham tempo hábil para se prepararem adequadamente. Isso compromete a experiência do candidato e pode excluir potenciais talentos que, com um pouco mais de preparação, teriam um ótimo desempenho.

3) "Inglês intermediário": Uma das definições mais problemáticas. O termo “intermediário" abrange níveis com diferenças significativas de competência, como B1 (intermediário inferior) e B2 (intermediário superior). Para um candidato, saber se a empresa espera um nível mais próximo ao B1, onde a pessoa consegue lidar com situações mais simples, ou ao B2, que exige uma compreensão mais sofisticada e capacidade de argumentação, é essencial para decidir se deve se candidatar ou não ou, até mesmo, para calibrar suas expectativas.

A falta de clareza pode não só deixar bons candidatos de fora, mas também levar pessoas despreparadas para as etapas finais, tornando o processo mais longo e menos eficaz.

Esses são apenas alguns exemplos de como a falta de precisão e clareza nos anúncios de vagas afeta diretamente a atratividade e a eficiência dos processos seletivos no Brasil hoje.

Você já passou por algumas dessas questões em processos seletivos na sua área?

 

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